quarta-feira, novembro 12, 2025
Coisas Científicas

O Núcleo da Terra Existe?

O buraco mais profundo perfurado na Terra tem cerca de 12 km.

Os soviéticos levaram quase 20 anos nessa atividade.

A perfuração foi interrompida porque, a essa profundidade, as temperaturas chegavam a 180 graus celsius, mais do que as máquinas conseguiam suportar.

Eles encontraram depósitos de água líquida a mais de 5 km de profundidade, algo que não se considerava possível até então.

Foi e continua sendo impossível perfurar mais fundo.

12 km pode parecer muito, mas essa profundidade representa apenas 0,2% do raio da Terra.

Em outras palavras, não temos a menor ideia do que tem debaixo da Terra.

Aprendemos na escola que existe uma esfera sólida de ferro e níquel com 1250 km de raio a 5.000 km abaixo da superfície da Terra.

Existem muitos modelos teóricos que frequentemente são modificados ao longo do tempo.

Por exemplo, a geologia acreditava que quanto mais fundo a terra fosse perfurada, mais macia ela seria; porém, observamos exatamente o oposto.

Afinal, quando surgiu a crença na existência de um núcleo da Terra?

Quem começou com a ideia de um núcleo de fogo para a Terra foi Athanasius Kircher, um padre jesuíta alemão.

Em 1665, ele publicou “Mundus Subterraneus”, um estudo sobre o que Kircher chamou de Geocosmo. Nesse livro, Kircher diz que a Terra tem um núcleo central de fogo. Esse núcleo conectava grandes cavidades subterrâneas por onde o fogo se movimentava. E as aberturas dessas conexões de fogo seriam os vulcões.

Hoje em dia, é mencionado que os depósitos de lava se encontram entre 100 e 300 km de profundidade, alguns até dizem que até 700 km. Obviamente, essas informações são baseadas em modelos teóricos, não em fatos absolutos.

Lembre-se, o lugar mais baixo da Terra que observamos com nossos próprios tem apenas 12 km de profundidade.

Aprendemos na escola que o campo magnético da Terra é produzido graças ao núcleo externo líquido formado principalmente por ferro e níquel. Isso é no mínimo curioso, pois o ferro e níquel perdem suas propriedades magnéticas quando aquecidos a uma certa temperatura crítica.

No ferro, essa temperatura crítica é de 770ºC e no níquel, 360ºC.

Por outro lado, as temperaturas do núcleo da Terra, segundo dizem, variam entre 5.000 e 7.000 graus Celsius. Nessas temperaturas, o ferro e níquel desmagnetizam.

Então, para sair dessa contradição, os teóricos do núcleo da Terra de ferro líquido, criaram uma teoria extremamente complexa chamada Teoria do Dínamo.

Em resumo, essa teoria diz que existem correntes elétricas que circulam o núcleo externo e produzem o campo magnético da Terra.

A existência dessas correntes nunca foi provada.

Além disso, modelos do campo magnético da Terra, originados pela Teoria do Dínamo, são muito imprecisos e geram campos magnéticos fora da realidade.

Se o campo magnético não pode provar o núcleo da Terra, então, o que poderia?

Muitos acreditam que a existência do núcleo pode ser provada pelas ondas sísmicas.

A geofísica nos diz que quando acontece um terremoto, ondas sísmicas são propagadas por toda Terra. Os sismólogos registram essas vibrações em diferentes estações sísmicas espalhadas pela Terra.

No início da sismologia, os pesquisadores perceberam que algumas vibrações se perdiam. Era esperado que as ondas secundárias, conhecidas como ondas S, fossem detectadas na superfície diametralmente oposta ao do epicentro; porém, as ondas S não chegavam nessas regiões.

Então, os geofísicos teorizaram que, caso as ondas S colidissem com algo derretido no centro da Terra, elas seriam absorvidas e não poderiam ser detectadas no lado oposto da Terra.

É assim que surge a ideia de que o núcleo externo da Terra é líquido.

Em tese, as ondas S só poderiam reverberar através do material sólido.

Algumas ondas primárias, também chamadas de ondas P, poderiam passar pelo núcleo externo e chegar ao lado oposto, mas a sua viagem seria desacelerada pela mudança na estrutura interna do núcleo.

Já as ondas S nunca poderiam passar pelo núcleo externo.

A região em que as ondas sísmicas não são detectadas, é conhecida como zona de sombra sísmica.

Muitas pessoas afirmam que essas zona de sombra, é a prova definitiva do núcleo da Terra. Mas isso é muito especulativo, por uma razão muito simples: todas as medidas que envolvem o suposto núcleo da Terra, são medidas indiretas.

Por exemplo, a onda sísmica do maior terremoto registrado da história, na cidade de Valdivia no Chile, não chegou ao lado oposto do Globo para que a zona de sombra pudesse sequer ter sido medida.

Quero dizer, a onda sísmica do maior terremoto da história não gerou a possibilidade de medir uma zona de sombra.

Quase todos os terremotos ocorrem a uma profundidade menor que 100 km. E é impossível hoje realizar uma medida direta numa distância próxima do suposto núcleo.

A maior profundidade de um terremoto medida diretamente foi de 750 km.

A maioria das ondas sísmicas são captadas em profundidades muito menores, sendo já superficiais, então uma zona de sombra pode muio bem ser provocada por um terreno que esteja abaixo de formações salinas, e não por um suposto núcleo líquido.

Então, é bastante óbvio que a zona de sombra sísmica não pode provar a existência do núcleo da Terra.

As ondas saem em todas as direções uma vez que o terremoto ocorre, e quando essas ondas viajam para o interior da Terra, existem desvios que mudam a sua direção até a superfície.

Esse desvio da onda sísmica é principalmente atribuído ao núcleo da Terra, mas na realidade, pode ser devido a qualquer outra coisa.

Não há comprovação direta de ondas sísmicas a profundidades maiores que 750 km, o que seria o limite do manto superior.

Mais de 90% dos terremotos são registrados a menos de 100 km de profundidade.

Os terremotos que ocorrem até 300 km de profundidade são poucos, e menos ainda os que ocorrem em profundidades maiores.

As medidas são realizadas muito acima do núcleo externo.

Não há nenhuma medida direta de ondas atravessando o suposto núcleo da Terra.

O que é provado por muitas estações sismológicas ao redor do mundo, não é o núcleo da Terra, mas sim o alcance superficial das ondas.

O núcleo da Terra faz parte de suposições que nunca foram provadas e que carecem da comprovação rigorosa. Tudo que sabemos sobre a interface entre a crosta e o manto provém de evidências indiretas.

Nunca se esqueça, o mais profundo que chegamos a ver dentro da Terra, é cerca de 12 km.

O que tem abaixo disso, só Deus sabe.

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